Entre os pontos levantados, regulador quer que operadoras detalhem critérios de reajuste dos planos coletivos. Ao propor política que permite aumento extra para equilibrar contas, agência diz que repasse pode ser diluído em até 5 anos
As recentes propostas de reforma dos preços apresentadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), representam um passo importante em direção a um sistema de saúde mais sustentável e transparente.
Um olhar mais atento revela uma abordagem equilibrada que pode trazer mais proteção ao consumidor e também para a saúde financeira do mercado de saúde suplementar.
Um dos principais objetivos da reforma é aumentar a transparência no cálculo dos ajustes. Exigir que as Operadoras de Planos de saúde demonstrem claramente os fatores que influenciam os reajustes, ajudará os consumidores a compreender e avaliar melhor estas mudanças, refletindo assim em uma política transparente e de confiança entre consumidores e os planos de saúde.
Por outro lado, a ANS trouxe também para a discussão a promoção do plano de saúde individual.
Ao incentivar uma base de clientes mais diversificada, os planos de saúde podem gerenciar melhor os riscos e suas posições financeiras. Embora alguns possam argumentar que isso pode levar a prêmios mais altos para planos individuais, é importante lembrar que um mercado de seguros mais saudável beneficia todos os consumidores a longo prazo. Um mercado robusto e competitivo é essencial para garantir o acesso contínuo e de qualidade.
As reformas propostas pela ANS podem representar uma abordagem cuidadosa e equilibrada para enfrentar os desafios enfrentados pelo mercado de saúde suplementar, no entanto, é necessário que essa discussão seja aprofundada, trazendo todos os atores que dão sustentabilidade ao setor para a discussão e para que sejam ouvidos.
Não adianta a Autarquia trazer uma nova regulamentação, sem que essa discussão seja aprofundada e pontuada pelo Mercado de Saúde Suplementar com todos as particularidades e gargalos enfrentados pelas empresas, de modo que possamos ter de fato um mercado transparente, sustentável financeiramente beneficiando consumidores e os planos de saúde.